👨🎓 AI x Escola
Como uma escola está usando AI para ensinar 10x mais rápido
Há 200 anos, a escola funciona da mesma forma: alunos passam o dia inteiro sentados numa sala de aula olhando para um professor. Esse modelo é ineficiente e, para muitos, desmotivador. Joe Liemandt, ex-CEO da Trilogy, quer trasnformar essa realidade em algo que as crianças realmente amem.
Como Funciona na Prática
A Alpha School opera com um princípio simples mas radical: 2h diárias de aprendizado acadêmico via AI personalizada, seguidas de 4h de workshops práticos de skills para a vida. O sistema funciona assim: cada criança passa por uma avaliação que mapeia exatamente o que sabe e o que não sabe, independente da série. Se um aluno do 6º ano tem lacunas em matemática do 4º ano, o sistema automaticamente gera exercícios personalizadas para preencher essas lacunas primeiro.
O resultado? Crianças dominam conteúdo de um ano inteiro em apenas 20-30 horas de estudo. Uma aluna que tirava 740 no SAT de matemática foi "rebaixada" para problemas de 3º ano para dominar tabuada - e depois tirou 790. O segredo está no "mastery learning": você só avança quando domina 90% do conteúdo, não os 70% (ou 60%) que escolas tradicionais consideram "passar de ano".
O modelo se baseia em 3 pilares principais que os pais precisam acreditar:
Seu filho deve amar a escola, a ponto de preferi-la às férias.
Seu filho pode dominar o conteúdo acadêmico em 2 horas por dia, eliminando a necessidade de 6 horas de aula mais lição de casa.
Altos padrões são a chave para a felicidade do seu filho, incentivando-os a enfrentar desafios difíceis com o apoio adequado.
O Dilema da Motivação vs. Tecnologia
Aqui mora o verdadeiro desafio: a tecnologia é apenas 10% da solução. Liemandt descobriu que as EdTechs (startups ou produtos que usam tecnologia para aprimorar a educação) falham porque focam na ferramenta, não na motivação. 90% do sucesso vem de fazer as crianças realmente quererem aprender. A Alpha resolve isso com uma barganha irresistível: "Se vocês se dedicarem duas horas nos apps de ensino, terão quatro horas dos projetos mais incríveis que já viram."
Os projetos/workshops são variados:
Empreendedorismo: Alunos do quinto ano gerenciaram um Airbnb, aprendendo na prática sobre lucros, prejuízos e precificação. Em outro projeto, lançaram um food truck, onde aprenderam sobre margem de lucro ao escolherem vender comida de café da manhã por ser mais rentável.
Oratória e Confiança: Para ensinar a falar em público, em vez de discursos tradicionais, a escola criou uma "coletiva de imprensa pós-jogo". Os alunos praticam como se fossem atletas respondendo perguntas, assistem a um jogo de futebol profissional e são entrevistados por jornalistas de verdade.
Resiliência e Superação: Para ensinar sobre metas e trabalho duro, alunos da segunda série foram desafiados a correr uma maratona de 5 km. Eles aprenderam sobre hábitos e progresso incremental, começando com caminhadas e aumentando gradualmente o ritmo. Ao completarem a corrida, a lição aprendida não foi apenas física, mas a confiança de que "sabem como fazer qualquer coisa".
Enquanto todos correm atrás de IA para educação, a Alpha prova que o verdadeiro gargalo não é tecnológico - é motivacional. ChatGPT nas mãos de 90% dos estudantes vira ferramenta de cola. Nas mãos dos 10% já motivados, vira superpoder. A revolução não está em dar IA para todos, mas em criar sistemas que façam todos quererem usar IA para aprender de verdade, e não para “colar no dever de casa”.
No mundo corporativo, já estamos acostumados a ver casos de uso de AI automatizando processos operacionais, deixando mais tempo para os humanos focarem em atividades estratégicas. A Alpha School aplica essa mesma lógica no ambiente escolar. A IA otimiza a entrega de conteúdo, permitindo que as crianças usem seu tempo para desenvolver skills de liderança e inovação. Em vez de serem treinadas para memorizar, elas estão crescendo com uma mentalidade focada em aplicar conhecimento para resolver problemas reais — a habilidade mais valiosa para o futuro.
Por quê se dar ao trabalho de escrever um texto se você pode simplesmente digitar algumas palavras e pedir para uma AI escrever para você?
A resposta é que escrever não serve só para colocar no papel o que você já sabe. Na verdade, escrever é o melhor jeito de você realmente entender um assunto.
É quando a gente escreve que percebe os "furos" nas nossas ideias. A escrita nos força a pegar um monte de pensamentos complicados e transformar em algo simples, que faça sentido. É escrevendo que você percebe que não entende do que está falando e, mais importante, é assim que você aprende de verdade.
As ideias surgem escrevendo: Paul Graham diz que um bom escritor não tem a ideia pronta na cabeça para depois só passar para o papel. É o contrário: as melhores ideias e descobertas aparecem enquanto ele está escrevendo. O ato de escrever ajuda a pensar.
Escrever é resumir e filtrar: Escrever também é pegar uma ideia grande e "espremer" ela até sobrar só o mais importante. Se você faz isso de um jeito ruim, acaba jogando fora a parte boa. Se faz bem, você joga fora o "lixo" e fica só com a parte genial.
É por isso que escrever é tão difícil: esse processo de filtrar o que é importante exige que você pense muito.
Num mundo em que todo mundo pode gerar textos sobre qualquer assunto de forma rápida, via AI, saber pensar de forma clara se tornará cada vez mais valioso e um diferencial.
Ben Evans, analista veterano de tecnologia, traz uma provocação: a IA é "apenas" a maior transformação desde o iPhone. Enquanto muitas pessoas comparam a IA a revoluções gigantescas como a eletricidade ou a industrialização, ele argumenta que estamos diante de uma mudança muito poderosa, que vai criar muitas coisas novas, mas não é algo que reinventa o mundo do zero. É a próxima grande onda de tecnologia (uma mudança de plataforma), e não uma força que muda a estrutura fundamental da sociedade.
O dilema da comoditização: quando todos os modelos se parecem
Surge uma situação curiosa: se você fizesse um teste às cegas, enviando o mesmo prompt para o Grok, Claude, Gemini, Mistral e DeepSeek, a maioria das pessoas não conseguiria diferenciar as respostas de um para o outro. Ou seja, eles estão se tornando muito parecidos. Mesmo assim, o ChatGPT é o preferido absoluto do público, sempre no topo das lojas de aplicativos, enquanto os outros ficam bem para trás. Evans diz que isso lembra os navegadores de internet, como Chrome e Safari, que são basicamente iguais. A grande dúvida é: será que algum deles vai criar uma vantagem real que o torne único, ou vão continuar sendo produtos intercambiáveis que brigam apenas pela fama da marca e por quem consegue ser mais divulgado?
Na prática, a adoção revela paradoxos inesperados
Apesar do hype e de todo mundo dizer que usa no dia a dia, a adoção em massa de chatbots de IA como o ChatGPT ainda é limitada. A maioria das pessoas "não entende" de fato: pesquisas mostram que apenas cerca de 10% dos usuários usam AI diariamente, enquanto muitos outros a experimentam, mas não a integram em suas rotinas. Isso acontece porque as pessoas ainda não sabem para que usá-la ou não têm tarefas que se encaixem nos pontos fortes atuais da IA (como programação ou brainstorming). A adoção em massa provavelmente virá quando a IA for integrada em produtos existentes (como um botão "redigir e-mail" no Salesforce) em vez de ser um chatbot com uma caixa de texto em branco.
OpenAI vs. Hollywood: o filme 6x mais barato e produzido 3x mais rápido
OpenAI quer provar que genAI pode fazer filmes de forma mais rápida e mais barata do que Hollywood.
O processo de produção combina criatividade humana com ferramentas de IA de forma estratégica. Chad Nelson, especialista criativo da OpenAI e idealizador do projeto, começou desenvolvendo os personagens há três anos usando o DALL-E (AI de geração de imagens da OpenAI). Agora, a equipe contrata artistas para criar esboços que são alimentados às ferramentas da OpenAI.
Pontos-chave do projeto "Critterz"
Produção Acelerada: A equipe pretende concluir o filme em apenas 9 meses, um cronograma muito mais curto que os 3 anos normalmente necessários para uma animação.
Orçamento Reduzido: O filme tem um orçamento inferior a US$ 30 milhões, um valor consideravelmente menor que os custos típicos de produções animadas de grandes estúdios (podem chegar a US$ 200 mi em produções nos EUA).
Tecnologia e Talento Humano: A produção utilizará as ferramentas da OpenAI, incluindo o GPT-5 e seus modelos de geração de imagem. No entanto, o fator humano continua sendo crucial - o roteiro foi escrito pela equipe do filme "Paddington no Peru", artistas humanos criarão os esboços dos personagens, que serão então processados pelas ferramentas de IA, e atores reais serão contratados para dar voz aos personagens.
Um "Case": Para a OpenAI, o sucesso de "Critterz" serviria como um poderoso estudo de caso para acelerar a adoção da IA em Hollywood e demonstrar como a tecnologia pode reduzir os custos de entrada para criadores de conteúdo.
Direitos Autorais: Embora trabalhos puramente gerados por IA não possam ser protegidos por direitos autorais, a equipe acredita que o uso de artistas e dubladores humanos provavelmente tornará o filme elegível para essa proteção.
O dilema da velocidade vs. resistência da indústria
Enquanto a OpenAI busca provar que IA pode acelerar drasticamente a produção cinematográfica, grandes estúdios como Disney e Netflix permanecem cautelosos devido às pressões de sindicatos de atores e roteiristas, que lutam por proteções contra ferramentas que podem eliminar empregos.
A situação se complica com questões legais: Disney e Universal processaram recentemente a Midjourney (startup de AI para geração de imagens) por supostamente copiar personagens protegidos por direitos autorais. Ironicamente, "Critterz" pode contornar parte desses problemas legais justamente por usar vozes humanas e arte original criada por artistas, tornando o filme elegível para proteção de direitos autorais mesmo sendo gerado por IA.
⚡ Quick Hits
No X: 6 exemplos impressionantes do Higgsfield transformando uma simples imagem de produto em anúncios em vídeo (usando o modelo Nano Banana do Google). 🔥
Ads without products
Higgsfield just turned Nano Banana into Ads 2.0, 25+ brand-new Apps with unlimited generations
Every label, slogan, and tagline comes out flawless
One year of Nano Banana unlimited included
6 crazy examples 🧵👇
— #MayorkingAI (#@MayorKingAI)
4:00 PM • Sep 6, 2025
Imagine dar apenas uma foto do seu produto para a AI e, em troca, ela te entrega dezenas de vídeos que parecem ter sido gravados por clientes de verdade usando seu produto (o chamado estilo UGC ou user-generated content). Mike Futia compartilha o fluxo que criou no n8n usando os modelos Nano Banana e Veo 3 do Google. Link para baixar o fluxo pronto: AI Automation Made Easy. 🚀🚀
Nano Banana + Veo 3 + n8n is insane 🤯
This AI system creates UGC videos at scale using Nano Banana + Veo 3.
And runs automatically inside n8n.
Perfect for e-comm operators & creative agencies.
But instead of manually creating scripts & imagers & videos...
Just upload ONE
— #Mike Futia (#@mikefutia)
3:32 PM • Sep 9, 2025
Alex Finn compartilha como criou seu "Life OS" - um copiloto de IA para gerenciar e automatizar sua vida e trabalho. Usando Claude Code dentro do programa Cursor, ele cria atalhos e pequenos "assistentes" para cada tarefa, como pesquisar conteúdo para sua newsletter ou analisar anotações. No vídeo, ele ensina o passo a passo e compartilha os prompts que usou.
🔧 Cool AI tools
Whisper: um “assistente pessoal de AI 100% proativo”. Basta instalar e deixar o Whisper rodando em 2º plano no seu PC: ele aprende o fluxo do seu trabalho, acompanha tudo em tempo real e entra em ação nos momentos certos — oferecendo sugestões, textos prontos, ideias ou até executando tarefas (como criar eventos, enviar mensagens, preencher dados etc.) sem você interromper o que está fazendo. O objetivo é que você nunca precise dar contexto ou pedir manualmente por ajuda.
Por hoje é só.
Obrigado por ler o AI Around the Horn.
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