🦄 A startup de US$ 1 bi de uma pessoa
Sam Altman fez uma previsão que parecia absurda até poucos meses atrás: em breve veremos empresas de uma pessoa só valendo 1 bilhão de dólares. O que antes soava como ficção científica hoje parece uma questão de tempo.
A diferença fundamental está na estrutura organizacional. Enquanto empresas tradicionais têm pessoas gerenciando pessoas (VP de vendas gerencia time de vendas, VP de marketing gerencia time de marketing), as empresas "AI-first" têm um fundador gerenciando agentes de IA que executam tarefas específicas.
O exemplo prático é claro: em vez de contratar um gerente de redes sociais por $4.000/mês, você implementa um agente de IA que pesquisa tendências, cria conteúdo e gerencia postagens por uma fração do custo. O mesmo vale para copywriting, análise de dados, atendimento ao cliente e até desenvolvimento de software. Cada função vira um agente especializado trabalhando 24/7.
Para Greg Isenberg, o host do podcast, a nova jornada do empreendedor também mudou.
Antes, para criar uma startup de sucesso, o caminho era:
ideia → captação de investimento → contratação de pessoas → desenvolvimento de produto → lançamento → escala
Agora o caminho é mais ágil e barato, disponível para qualquer pessoa com conexão à internet:
criação de audiência → produto criado rapidamente com IA → desenvolvimento da comunidade → automação via agentes → repetição
5 megatendências que tornam isso possível agora:
Serviços Viraram Software: Tarefas que antes exigiam freelancers (como escrever textos ou criar imagens) agora são feitas por IAs.
Distribuição Instantânea: As redes sociais permitem que você alcance milhões de pessoas sem gastar quase nada.
Tecnologia de Ponta Acessível: Ferramentas como OpenAI, Shopify e Amazon AWS dão acesso a uma infraestrutura bilionária por uma pequena taxa mensal.
A Economia da Confiança: Consumidores hoje preferem comprar de criadores e marcas pessoais do que de grandes corporações.
Anúncios Ultraprecisos: Plataformas como Google, Meta e TikTok permitem encontrar seu cliente ideal com um orçamento mínimo.
Um bom indicativo de que Sam Altman tem razão é a história da startup Base44 e do seu fundador Maor Shlomo. Em 6 meses, ele desenvolveu uma plataforma de vibe coding que permite criar aplicativos usando AI, alcançou 400 mil usuários e vendeu para a Wix por mais de 80 milhões de dólares. Tudo isso sendo um fundador solo, sem investimentos externos e com lucro desde o início.
Ainda não estamos falando de um unicórnio, mas não está nada mal para 6 meses de uma jornada sozinho. 😁
Maor representa uma geração de empreendedores que questionam premissas básicas do Vale do Silício. Não levantou investimento, não construiu um escritório sofisticado, não contratou dezenas de pessoas. Em vez disso, focou obsessivamente em duas coisas: construir algo que usuários amam e otimizar seus próprios processos de desenvolvimento (e claro, fazendo isso sempre com AI ao seu lado).
Em vez de montar um exército de desenvolvedores, Maor transformou a inteligência artificial em sua própria equipe. A IA se tornou a principal força de programação, a tal ponto que ele passou os três meses finais focado na estratégia, sem precisar escrever uma única linha de programação.
Para conseguir clientes, ele também seguiu um caminho diferente. Em vez de gastar dinheiro com anúncios no Google e Instagram ou pagar influenciadores, ele escolheu compartilhar toda a sua jornada no LinkedIn. Ele mostrava abertamente o que dava certo, o que dava errado e os desafios do dia a dia. Essa honestidade total criou uma comunidade extremamente fiel. As pessoas não apenas usavam o produto, mas se tornaram verdadeiras fãs que defendiam e divulgavam a marca por conta própria.
A história da Base44 nos mostra uma grande mudança. O sucesso não passa mais por ter muito investimento para montar uma equipe enorme ou fazer marketing. Hoje, a grande vantagem é saber usar a IA de forma inteligente e construir uma relação de confiança e transparência com seus clientes.
Falando em plataformas para criação de apps via AI…
A Guerra das Plataformas de AI Chegou ao Fim Antes Mesmo de Começar
Quando começaram a surgir as primeiras plataformas para criação de apps, todo mundo achava que não teríamos espaço para tantas startups que fazem “a mesma coisa”. O que vimos nos últimos meses é algo diferente.
O mercado de geração de apps com AI não está caminhando para o cenário apocalíptico que muitos previam. Em vez de uma corrida em que somente um vence, estamos vendo algo muito mais interessante: especialização e coexistência. As plataformas como Lovable, Replit, Bolt e v0 não estão travando uma batalha de morte — elas estão encontrando seus próprios nichos e crescendo juntas.
Quando olhamos para os dados de comportamento dos usuários, vemos que uma boa parte é fiel a apenas uma plataforma (82% dos usuários do Replit e 74% dos usuários do Lovable só utilizam as suas plataformas preferidas). Mas existe um segundo grupo - os power users - que navegam entre várias plataformas. Quase 21% dos usuários do Bolt também usaram o Lovable no mesmo período. Esses usuários não veem as ferramentas como substitutas, mas como complementares.
Na prática, cada plataforma já está encontrando sua vocação natural. O Lovable se destacou na criação de apps com foco estético e prototipagem rápida. O Replit virou referência para apps mais sofisticados que precisam de backends robustos. Não é coincidência — cada ferramenta está otimizando para casos de uso específicos, e os usuários estão percebendo isso.
É algo parecido com o que tem acontecido com os chats de AI desde o lançamento do ChatGPT. Em 2022, todos achavam que nos encaminharíamos para um winner-take-all, em que as empresas de AI lutariam entre si e reduziriam preços para que tivéssemos um grande líder de mercado. O oposto aconteceu:
ChatGPT (o faz-tudo): se tornou um assistente pessoal que sabe um pouco de tudo. Ótimo para tarefas do dia a dia, como responder e-mails, tirar dúvidas rápidas, resumir textos e ajudar no dever de casa.
Claude (especialista em textos e códigos): é como contratar um escritor profissional ou um programador sênior. Ele brilha ao escrever textos mais longos e criativos (como histórias e artigos) e é excelente para ajudar a criar e revisar códigos de programação.
Gemini (o que vê, ouve e fala): apostou em multimodalidade - você pode gerar imagens, vídeos, textos e conversar via áudio.
Mistral (o discreto e independente): focou em privacidade. Ele pode rodar diretamente no seu próprio computador ou celular, sem precisar enviar suas informações para a internet. É a melhor opção para quem precisa de sigilo e não quer que seus dados saiam do seu aparelho.
Hoje temos mais diversidade, mais inovação, e curiosamente, preços mais altos — o Grok Heavy (AI do X), por exemplo, custa US$ 300 por mês.
⚡ Quick Hits
A nova AI da Higgsfield, Draw-to-Video, permite que você desenhe em qualquer imagem para transformá-la em vídeo. No post abaixo, veja 9 exemplos de como funciona na prática.🔥
This is wild.
Higgsfield AI's new Draw-to-Video lets anyone sketch on any image and watch it come to life.
RIP complex prompting.
9 wild examples + how to try:
1. Change any scenes from still image
— #Min Choi (#@minchoi)
9:42 PM • Aug 13, 2025
Vídeo de 1 min que conta a verdadeira história do ReCAPTCHA: aquela tela irritante que aparece toda hora na internet.

🔧 Cool AI tools
Snowglobe: teste seu agente de IA com milhares de conversas simuladas antes de lançá-lo - você só precisa conectar sua IA e definir as personalidades de usuários, e ele gera uma multidão de "usuários-robô" que conversam com seu agente para encontrar falhas e halucinações. É como ter um exército de testadores que estressam sua IA para garantir que ela funcione perfeitamente com humanos de verdade.
Por hoje é só.
Obrigado por ler o AI Around the Horn.
Perdeu alguma edição? Recupere todos os posts anteriores aqui.