🤳 A IA vai acabar com os influencers?

Nas últimas semanas, a Meta lançou o Vibes e a OpenAI apresentou o Sora 2, que criam vídeos a partir de simples comandos de texto. O app Sora vai além, permitindo escanear uma pessoa para depois gerar qualquer conteúdo como se fosse ela. Os vídeos criados por essas IAs, muitas vezes bizarros e divertidos, já estão viralizando e competindo com o trabalho de creators (o Sora ainda não está disponível no Brasil). Isso fez muita gente pensar que os dias dos influencers estão contados. Mas quem está realmente em risco?

Os primeiros a serem afetados são aqueles cujo trabalho depende mais da aparência do que de uma conexão real com o público. Por exemplo:

  • Modelos de moda: A IA já consegue criar imagens de pessoas bonitas e perfeitas para catálogos e anúncios. Como o público não tem uma ligação emocional forte com esses modelos, eles são facilmente substituíveis.

  • Garotos-propaganda de marcas: Empresas podem usar a IA para criar atores digitais perfeitos para seus comerciais. É mais barato e fácil do que contratar e gerenciar pessoas de verdade.

Basicamente, se o trabalho é apenas mostrar um rosto ou entregar uma mensagem pronta, a IA pode fazer isso de forma mais eficiente. Então, o que protege a maioria dos creators? As pessoas seguem influencers porque buscam autenticidade, algo que a IA não tem (pelo menos por enquanto). Bons creators trazem ideias originais, experiências pessoais e pontos de vista únicos, enquanto a IA tende a reciclar conteúdo que já existe. Mesmo quando o conteúdo é gerado por IA, sempre há um humano por trás do prompt que dá origem à ideia. Na verdade, o excesso de conteúdo genérico gerado por IA pode até fazer as pessoas valorizarem mais o trabalho humano.

O maior perigo não é a AI substituir criadores específicos, mas o excesso de conteúdo sem qualidade. Se a internet for inundada por vídeos genéricos gerados por IA, pode haver uma poluição tão grande que o valor da mídia como um todo diminua. Ainda não é uma ameaça imediata, mas é algo que vale a pena acompanhar.

A ironia é que, quanto mais slop (conteúdo genérico e de baixa qualidade) a IA produzir, mais o público vai desejar o toque humano. O futuro da creator economy não é competir com a IA — é se diferenciar dela. Quem continuar sendo genuíno, curioso e criativo não será substituído por prompts. Vai ser seguido por outras pessoas justamente por causa disso.

🧍Falando em modelos… E se o modelo é você mesmo?

A DirecTV (empresa de TV por satélite americana) está lançando uma funcionalidade que transforma o protetor de tela da sua TV em um ambiente de compras alimentado por IA. A tecnologia, desenvolvida pela startup Glance, gera imagens e vídeos personalizados com você, sua família ou seus pets em cenários criados por AI — e tudo ao seu redor pode ser comprado.

Como funciona na prática

Após 10 minutos de inatividade, a TV mostra um carrossel de imagens. Você escaneia um QR code, baixa o app da Glance e faz upload de uma foto sua. A IA então coloca você dentro de cenários gerados artificialmente — uma sala de estar estilosa, uma paisagem urbana, um ambiente minimalista.

A principal jogada vem agora: a Glance faz uma busca de imagens para encontrar produtos de verdade parecidos com os objetos gerados pela IA. Uma cadeira que aparece ao fundo, uma jaqueta parecida com a que seu avatar digital está vestindo — tudo vira oportunidade de compra. A startup diz ter acesso a 1 trilhão de produtos para fazer essas correspondências. A transação é finalizada no celular.

Fonte: Glance

A startup já lançou uma funcionalidade parecida nos smartphones Galaxy da Samsung: imagens geradas por IA de você mesmo usando roupas diferentes, direto na tela de bloqueio, também com produtos à venda.

A estratégia representa uma evolução significativa na publicidade contextual. Não estamos mais falando de anúncios baseados em histórico de navegação ou dados demográficos. Aqui, a propaganda é literalmente construída ao redor da sua imagem, criando um ambiente comercial onde você é o protagonista e o público-alvo. A linha entre conteúdo, entretenimento e publicidade desaparece completamente.

A DirecTV e Glance estão apostando em uma tendência: a fusão entre conteúdo e comércio, o chamado shoppertainment. A IA é a ferramenta que torna isso possível em escala, mas o verdadeiro teste será a aceitação do público: as pessoas vão achar isso legal e inovador ou invasivo e assustador?

👨‍💼Será que a AI pode criar uma "panelinha" dos melhores funcionários da empresa?

É comum ouvir que a IA no trabalho beneficiará todo mundo, permitindo que funcionários com mais dificuldade alcancem o mesmo nível de desempenho dos melhores da empresa. Mas um estudo novo diz o contrário: a IA, na verdade, vai ajudar mais ainda quem já é muito bom no que faz. Isso pode aumentar a diferença entre os funcionários top e o resto da equipe, o que pode criar um problemão na empresa.

Por que os melhores se dão ainda melhor com a IA?

Pense em quando uma ferramenta nova e complicada chega na empresa (como novas funcionalidades no Excel, por exemplo). Quem aprende a usar tudo primeiro? Geralmente, são os funcionários que já se destacam. Com a IA, isso acontece de forma ainda mais forte por três motivos:

  1. Quem já sabe muito, pergunta melhor: Um funcionário excelente não vai pedir algo genérico para a IA como ”me ajude com esse projeto". Ele vai usar toda a sua experiência para fazer perguntas espertas e detalhadas. Assim, ele consegue respostas muito mais úteis da IA, enquanto quem não tem tanta experiência recebe só o básico. Além disso, os experientes sabem quando a IA está errada e podem corrigir.

  2. Eles têm mais liberdade (e levam o crédito): Os melhores funcionários costumam ser mais organizados e têm mais liberdade para testar coisas novas sem medo de errar. Se um teste com a IA dá errado para eles, tudo bem. Se dá certo, todo mundo acha que eles são gênios!

  3. A desconfiança com os outros: Quando um funcionário que não é visto como "estrela" faz um trabalho incrível usando IA, a reação das pessoas pode ser: "Ah, mas foi a AI que fez". Já quando quem se destaca faz o mesmo, as pessoas pensam: "Nossa, ele é brilhante!". O esforço do funcionário mediano acaba sendo desvalorizado.

Isso gera frustração, inveja e acaba com o espírito de equipe. A colaboração, que é super importante para qualquer empresa, fica prejudicada.

O que as empresas podem fazer para evitar isso?

A solução não é proibir a IA, mas usá-la de um jeito mais justo. Aqui estão algumas ideias:

  1. Deixar todo mundo “brincar” com a IA: A empresa deve criar um espaço seguro, como um sandbox, onde todos os funcionários possam usar as ferramentas de IA sem medo de fazer besteira. Além disso, em vez de dar só um cursinho básico, ela precisa ensinar o "pulo do gato": como conversar direito com a IA para conseguir as melhores respostas e ideias dela.

  2. Não deixar ninguém guardar os segredos: Se alguém descobre um jeito muito bom e rápido de fazer uma tarefa usando a IA, essa dica não pode virar um segredo só daquela pessoa. A empresa tem que incentivar todo mundo a compartilhar essas descobertas. Assim, um truque que era de um só vira uma ajuda para a equipe inteira.

  3. Ser justo na hora de elogiar o trabalho: Os chefes precisam ser justos e reconhecer o bom trabalho, não importa se o funcionário já é uma top ou não. Se alguém usa IA para fazer algo incrível, o mérito tem que ser da pessoa. A ideia é avaliar o esforço e a qualidade, sem deixar que a fama de alguém influencie a nota.

Resumindo: O objetivo é fazer com que a IA seja uma ferramenta que ajude toda a equipe a crescer junta, em vez de se tornar uma arma secreta que só os melhores sabem usar.

⚡ Quick Hits

  • Um hackathon de 3 dias na Índia convida pessoas criativas para criar curtas-metragens usando AI. O evento é totalmente patrocinado para 50 participantes selecionados, incluindo voos, estadia e alimentação. Os filmes finalistas serão exibidos em um evento de gala com prêmios em dinheiro. Inscrições até amanhã (17/out)! ✈️✈️

  • Felipe Vanegas criou uma plataforma para donos de restaurantes que transforma fotos comuns de pratos em fotos prontas para o feed ou o iFood. Simples, mas muito útil! 🥘

  • PJ Ace mostra o processo para criar um comercial de verdade usando o novo modelo de AI do Google (Veo 3.1).

    Extra: numa aula de 40 min, o prório PJ Ace explica para Greg Isenberg no detalhe como cria os AI Ads de sua agência. Imperdível para creators e quem quem entender mais sobre o tema! 🚀

🔧 Cool AI tools

  • n8n AI Workflow Builder: O n8n permite automatizar e conectar ferramentas e serviços digitais, tudo através de uma interface visual e intuitiva. Você pode desenhar fluxos de trabalho simplesmente arrastando e conectando blocos, sem programação. A grande novidade é que agora ficou ainda mais fácil: é possível criar os fluxos usando AI a partir de prompts! 🔥

Por hoje é só.

Obrigado por ler o AI Around the Horn.

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