📱 As grandes novidades da OpenAI: Apps no ChatGPT e um chat para seu site/app
Nesta semana, a OpenAI realizou seu evento anual para desenvolvedores, o DevDay, e anunciou duas grandes novidades:
Use outros apps sem sair do ChatGPT: Imagine pedir uma playlist no Spotify, criar um design no Canva ou reservar um hotel no Booking, tudo isso diretamente na sua conversa com o ChatGPT. Essa é a nova aposta da OpenAI. Com o Apps SDK, desenvolvedores poderão integrar seus próprios apps à plataforma. Por enquanto, apenas algumas aplicações estão disponíveis, mas outras chegarão em breve (como é o caso do Uber). Para conectar seu app, será necessário desenvolver a solução e submetê-la para aprovação da OpenAI. A empresa também divulgou que planeja lançar uma forma de monetização para os desenvolvedores no futuro. Na prática, a OpenAI está criando sua própria App Store. A ideia é boa, mas esta é a terceira tentativa da empresa, que não teve muita adesão nas duas primeiras: em março de 2023, eles lançaram os plugins e, em novembro de 2023, os GPTs customizados. Para esta dar certo, dois desafios precisam ser superados:
Ser rápido: A experiência precisa ser tão ágil quanto usar o aplicativo original. Ninguém vai usar se for lento.
Ser aberto: O acesso inicial está restrito a gigantes como Uber e Spotify. Ao limitar a participação, a OpenAI corre o risco de atrasar o surgimento de inovações realmente criativas vindas da comunidade de desenvolvedores.
You can now chat with apps in ChatGPT.
— #OpenAI (#@OpenAI)
6:07 PM • Oct 6, 2025
Crie seu próprio ChatGPT para seu site ou app: outro lançamento foi um conjunto de ferramentas chamado AgentKit. A ideia principal é te ajudar a construir seus próprios agentes de IA. A diferença é que, em vez de escrever códigos, você pode "desenhar" o fluxo de trabalho do seu agente, arrastando e soltando caixinhas em uma tela. É algo parecido com o que outras startups já fazem (n8n, Make, Zapier), porém com um foco um pouco diferente: em vez de se concentrar na automatização de tarefas repetidas, a OpenAI foca em criar experiências de chat personalizadas dentro do seu site ou app. O grande diferencial é a inclusão de "testes de qualidade" (evals) integrados, que garantem que seu agente funcione bem e de forma confiável desde o início.
O plano da OpenAI para ser a nova Microsoft
Já parou para pensar no que realmente está por trás das milhões de notícias da OpenAI e o ChatGPT? Anúncios de parcerias bilionárias, novos modelos de AI e a integração de aplicativos podem parecer apenas notícias isoladas de uma startup crescendo rápido. Porém, uma análise mais profunda revela um plano maior: a OpenAI não está apenas criando um produto, está construindo o próximo Windows da era da IA.
Para entender essa estratégia, precisamos olhar para o passado e ver como gigantes como a Microsoft e a IBM construíram seus impérios. A OpenAI está seguindo o mesmo manual, com duas táticas principais:
A tática usada pela Microsoft — Conquistar usuários para virar a central de tudo: Nos anos 80, a Microsoft não venceu porque tinha o melhor sistema operacional desde o início. Ela venceu por transformar o Windows na plataforma padrão, o lugar onde todos os programas precisavam estar. Como? Ao estar em todos os computadores que as pessoas usavam. Isso criou um ciclo vicioso para os concorrentes: mais usuários atraíam mais desenvolvedores, que por sua vez criavam mais aplicativos, o que trazia ainda mais usuários.
A OpenAI está replicando essa estratégia com o ChatGPT. O chatbot é o produto que conquistou centenas de milhões de pessoas. Agora, a empresa está usando essa base gigantesca de usuários para transformar o ChatGPT em um sistema operacional. Ao permitir que aplicativos como Canva, Spotify e Uber funcionem dentro de uma conversa, a OpenAI está fazendo uma jogada genial: ela não está se integrando à internet, está trazendo a internet para dentro de seu universo.
A mensagem para os desenvolvedores é clara: se o seu aplicativo não estiver no ChatGPT, ele simplesmente não existirá para uma fatia enorme de usuários. Assim como no passado todos precisavam rodar no Windows, no futuro, talvez precisem rodar no ChatGPT.
A tática usada pela IBM — Controlar os fornecedores para não depender de ninguém: Toda a tecnologia da IA depende de um componente físico crucial: chips de processamento gráfico (GPUs). Hoje, esse mercado é esmagadoramente dominado por uma empresa, a Nvidia. Ficar refém de um único fornecedor é um risco enorme para qualquer negócio.
Aqui, a OpenAI aprendeu com a IBM. Na década de 1980, ao construir seu revolucionário PC, a IBM escolheu a Intel para fornecer os processadores. Porém, para não ficar numa posição vulnerável, a IBM exigiu que a Intel licenciasse sua tecnologia para uma concorrente, a AMD. Isso garantiu que sempre houvesse uma segunda opção, dando à IBM poder de negociação e segurança.
Agora, a OpenAI está fazendo exatamente a mesma coisa. Para diminuir sua dependência da Nvidia, a empresa firmou uma parceria multibilionária com a própria AMD, comprometendo-se a comprar 6 gigawatts de seus chips de IA. Com essa jogada, a OpenAI usa sua imensa influência para garantir a existência de uma concorrência saudável no mercado de hardware, colocando-se em uma posição de controle, onde ela é a camada de software (os modelos de IA) que importa, independentemente do hardware por baixo.
Conclusão: Quem fornece o cérebro manda em todo o resto
No fundo, a estratégia da OpenAI é muito simples: eles querem ser o cérebro padrão para toda a indústria de IA. Isso está criando uma divisão clara no mercado de tecnologia, muito parecida com a que já vimos nos computadores e smartphones:
De um lado, a OpenAI e seus parceiros (como Microsoft e Intel no passado): A OpenAI cria o software (o “cérebro”), enquanto outras empresas, como Nvidia e AMD, fornecem os chips (os "músculos"). Eles trabalham em conjunto, mas são empresas separadas, formando um ecossistema mais aberto.
Do outro, o Google (agindo como a Apple fez com o iPhone e os Macs): A estratégia do Google é o oposto. Eles querem ser donos e controlar cada etapa do processo, de ponta a ponta (do hardware ao software). Eles produzem seus próprios chips, possuem seus data centers, criam seus próprios modelos de IA e integram diretamente nos seus produtos (como Google Search e o Android).
Enquanto a OpenAI está construindo uma parceria, o Google está construindo uma fortaleza. Eles estão apostando que a melhor experiência virá de um sistema onde hardware e software são criados juntos, pela mesma empresa, garantindo controle total sobre a qualidade e a inovação.
Quando o ChatGPT estourou, em 2022, a sensação era de que o Google tinha ficado para trás. Mas o Google acordou e o Gemini (seu modelo de IA) evoluiu rápido, mostrando que o jogo estava só começando. Hoje, a briga está pau a pau, e quem está na frente depende do que a gente está falando. Na criação de imagens, por exemplo, o Google parece ter passado na frente com o seu novo Nano Banana. Já com os vídeos, aconteceu o contrário. O Veo 3 do Google era o melhor modelo até uma semana atrás. Mas aí a OpenAI chegou com o Sora 2 e, de novo, mudou as regras do jogo. Essa disputa mostra que ninguém pode relaxar no topo. E para nós, que usamos tudo isso, a notícia é ótima: a competição pressiona cada um a inovar mais rápido!
👠 Falando em Google…
Agora você poderá “experimentar” sapatos direto na sua tela
O Google acabou de lançar uma função bem legal que usa IA para te ajudar a comprar sapatos online.
A ideia é simples: quando estiver navegando pelo Google e gostar de um tênis ou sandália, você pode apertar o botão "Experimente" para ver como o calçado ficaria em você.
E o melhor: você não precisa mandar fotos dos seus pés. Basta enviar uma foto sua de corpo inteiro, e a IA do Google troca o sapato que você está usando na foto pelo modelo que você quer comprar.
Essa tecnologia já existia para roupas nos EUA e agora, além de incluir sapatos, será expandida para outros países como Austrália, Canadá e Japão (ainda não divulgaram quando chega no Brasil). É mais um passo para tornar as compras online mais fáceis e diminuir aquela dúvida de "será que vai ficar bom?".
Our AI-powered virtual try on technology, which lets you upload your photo to see how real clothes might look on you, is stepping into a new category: shoes. 👠🥿 It’s also expanding internationally to Australia, Canada and Japan in the coming weeks.
— #Google (#@Google)
10:25 PM • Oct 8, 2025
A grande dúvida sobre essa tecnologia não é se ela funciona, mas se ela realmente ajuda na hora da compra.
Por um lado, a ideia é ótima para diminuir o número de devoluções de produtos, o que é um problemão para as lojas online. Por outro, existe o perigo de criar uma expectativa que o produto real não consegue atender.
Será que a cor, o material e o tamanho vão ser exatamente iguais na vida real? O que acontece se milhões de pessoas comprarem sapatos baseadas numa imagem que não é 100% fiel?
No fim, a pergunta é: o Google vai nos dar mais confiança para comprar ou vai criar um novo tipo de decepção quando a encomenda chegar?
⚡ Quick Hits
A Mattel está utilizando o Sora 2 (nova AI de vídeo da OpenAI) para transformar rascunhos de novos brinquedos em experiência do produto em minutos. 🔥🔥
Mattel has been secretly testing Sora 2 in their product development pipeline.
From sketch to product experience testing within minutes.
Product managers, designers, marketers - every design cycle needs a similar process.
— #Allie K. Miller (#@alliekmiller)
6:23 PM • Oct 6, 2025
Alex Banks mostra como criar uma modelagem financeira em minutos no Excel utilizando o novo “Agent Mode” do Microsoft 365 Copilot. Para mais detalhes de como usá-lo, clique aqui.
Microsoft just released Agent Mode in Excel.
It created a financial model in minutes:
— #Alex Banks (#@thealexbanks)
12:58 PM • Sep 30, 2025
Esse usuário do X usou o Nano Banana (AI de imagens do Google) e o Kling 2.1 (AI de vídeo) para criar uma experiência imersiva com o jogo de bloquinhos de sua filha, e o resultado é muito legal! Na thread, ele detalha o passo a passo para a criação do vídeo.
I asked nano banana to create an immersive experience for my daughter’s block game and… this is what happened!
all the details on how I made this video using visual prompting on freepik, below 🧵👇
— #TechHalla (#@techhalla)
12:00 PM • Oct 7, 2025
Vídeo do Steve Jobs em 1985 prevendo o ChatGPT.
Steve Jobs predicted ChatGPT in 1985.
— #hinata (#@HinataMotivates)
3:44 PM • Oct 7, 2025
Nate Herk faz uma comparação completa do novo AgentKit da OpenAI com o n8n, na prática! Legal para entender os pontos fortes e fracos de cada um.
🔧 Cool AI tools
Firecrawl: capture informações de qualquer site e organize-as para que a IA possa usá-las. Pense no Firecrawl como um robô que lê uma página da web, entende tudo o que está ali — mesmo em sites mais complexos ou com arquivos PDF — e entrega o conteúdo "limpo" e pronto. Além disso, ele pode ser programado para fazer isso automaticamente, ou até mesmo ser integrado ao n8n, facilitando a tarefa de "alimentar" IAs com informações sempre atualizadas da internet.
Por hoje é só.
Obrigado por ler o AI Around the Horn.
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